18 outubro, 2006

Meditar dá para praticar andando

Meditar
dá para praticar até andando
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Mesmo sem querer, a gente associa meditação com silêncios de monastérios ou com o cântico ritmado dos mantras.
Nada disso.
Os cientistas estão descobrindo que meditar faz bem para a alma, mas é importantíssimo para o corpo.
Montanhas de estudos têm surgido para comprovar isso.
É o caso, por exemplo, dos cientistas reunidos por uma editora de revistas americana, no livro Boost your brain power Veja só o que eles dizem:
"A tranqüilidade é para o cérebro o que o sono é para o corpo, isto é: fundamental".
Mais adiante, citam estudos para confirmar que essa "zona de tranqüilidade" é alcançada a cada vez que silenciamos a mente através da meditação.
Alguns poucos minutos nela, todos os dias, fazem seu cérebro florescer, sua memória melhorar e podem até mudar seu jeito de ver o mundo.
É claro que esse estado de quietude e serenidade você consegue também contemplando as estrelas ou deixando-se ficar horas no silêncio fresco das velhas igrejas.
A vantagem da meditação é que você pode praticar em qualquer lugar e em qualquer circunstância, até andando.
Uma amiga me emprestou um livrinho do mestre zen Thich Nhat Hanh, chamado Meditação andando, guia para a paz interior.
Nele, o mestre ensina a gente a recuperar o momento presente, em vez de deixar a mente perdida entre as memórias do passado ou as fantasias com o futuro.
Estar consciente do valor desse instante único e frágil é o segredo dos disciplinadíssimos monges do budismo zen.
Não importa onde ou o que você está fazendo.
Prestar atenção no momento é como abrir cortinas em uma sala escura: faz toda diferença.
"Para alcançar a paz, comece a andar em paz.
Tudo depende de seus passos", diz o monge
(você sabia que ele foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz por Martin Luther King em pessoa?)
Entre as (muitas) dicas sábias do livro, aqui vão algumas para você se entusiasmar, como eu me entusiasmei:
Comece a andar com um sorriso nos lábios.
Um sorriso leve de alegria e gratidão, um sorriso de Buda;
Não coloque nenhum objetivo na caminhada, caminhe apenas;
Procure estar todo o tempo consciente de sua respiração.
Inspire e expire, sentindo o ar entrar e sair dos seus pulmões.
Conte os passos para cada inspiração e para cada expiração.
Mas não tente controlar nada, apenas perceba seu andar em harmonia com sua respiração.
Você pode praticar seu andar consciente até no caminho que vai da sua mesa até a máquina de café.
Lembre-se sempre das palavras do mestre:
"Nosso verdadeiro lar é o momento, o presente".
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(Adília Belotti)
Thich Nhat Hanh

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